sábado, 8 de maio de 2010

Capítulo 1 - parte 1 - O Vilarejo

7 de Setembro de 2005, Zimbauta, África.

Um vilarejo zimbautanense no meio da África foi palco de um grande show de brutalidade noite passada .
Vários nativos zimbautanenses foram encontrados em suas ocas mortos de maneira brutal.
Foram vitimas de algum tipo de sacrifício, seus corpos estavam abertos, com seus intestinos expostos, alguns órgãos estavam faltando suas pernas e braços amarrotados em troncos que sustentavam suas Ocas.
Ninguém viu o que realmente aconteceu, pois ninguém sobreviveu para contar o acontecido ...

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Peter estava viajando em seu pequeno porem rápido jipe pelas sanavas africanas a procura de descobrir coisas novas, esquecer os problemas que a cidade grande o trazia, quando se depara com aquela cena que era normal de ser ver pela África.
Um pequeno vilarejo perto de uma nascente, ele estava cansado e não tinha nem uma gota de água em seu velho cantil verde, companheiro de suas viagens.
Em todos vilajeros que ele parou ao longo de sua viagem pela África foi bem recebido, levando até algumas lembranças, como chocalhos, colares de pena, até uma lança de madeira com ponta de pedra lascada, muita matéria para sua coluna, mesmo estando de férias daria um jeito de mandar para alguém as fabulosas histórias que sua viagem o mostrará.
Peter sem perder tempo estacionou seu jipe verde-oliva debaixo de uma grande árvore que sua memória esqueceu o nome.
Abriu a porta de seu jipe, rangia mais alto do que um rugido de um leão.
Botou seu pé esquerdo e o firmou naquele solo árido, onde chuva era lenda, suas botas pretas estavam bege com a poeira que se tinha ali .
Com os dois pés no chão, ele aproveita que está debaixo de uma sombra boa para dar uma espichada, pois seu pequeno jipe que ele carinhosamente nomeou de 'Pequeno Furioso' é muito pequeno e seus bancos são forrados com pouquíssimo algodão, proporcionando um grande desconforto.Peter não sabia como não tinha disco de hérnia ainda .
Arrumou seu elegante e sujo chapéu em sua cabeça, um chapéu de pele de zebra que ele comprou em uma pequena loja em Zimbauta a poucas horas.
Verificou se sua camera tinha filme ainda, colocou a alça da corda da maquina sobre o pescoço, pegou o cantil verde no banco de passageiro do pequeno furioso e segui em frente para o meio da vila.
O sol estava quente demais, a sensação térmica parecia de 50 graus ou mais, a vontade dele de se jogar naquela nascente era grande demais, mas talvez os moradores da vila não iriam gostar da atitude do intruso listrado.
Ele adentrou na vila, olhava e observava para todos os lados a procura de alguém, ninguém ele avistou ou escutou, apenas sentia um cheiro desagradável vindo dali.
Parecia que aquela vila foi abandonada, não se ouvia nenhum barulho, nem a água encobertada pela poeira se movia, nenhum sinal de animal ali, talvez os moradores estariam dentro das ocas que poderiam ser a prova de som.
Peter bateu de porta em porta em cada oca, dezessete ocas no total, não obteve sucesso.
Talvez tivessem saído para caçarem bem longe dali, o lugar apesar de ter uma nascente ali era escasso, aquelas terras tinham que ser a mais férteis de toda a África, algo estava errado, apenas uma árvore com folhas, um pouco secas mas por menos tinha sombra .
Como todo homem, Peter tem seus defeitos, e um dos principais dele é sua maldita e grande curiosidade, não pode se conter, tinha que entrar naquelas ocas, talvez estivesse água ali dentro ou quem sabe até tesouros!
Ocas feitas por uma grande camada de barro cobridas por palha, a porta era a única parte que não havia palha, eram feitas de madeira talvez extraídas de árvores como aquela que o pequeno furioso repousava, uma batida era o bastante para o barulho se propagar por dentro de uma oca.
Bateu três vezes em uma porta, não obteve resultado nenhum, olhou para todos os lados vendo se não tinha nenhum homem ou animal por perto e pressionou a mão esquerda sobre a porta de madeira que se move com um atrito alto, levantando poeira até seus joelhos.
Estava escuro demais para se enxergar algo dentro dela, um cheiro de carniça adentra dentro das narinas de Peter, fazendo o sair da oca rapidamente, enjoado ele deixa seu autógrafo gástrico no chão da vila.
Que será que tinha ali dentro? Animais mortos? Ele tinha de dar um jeito de iluminar o local, até que repentinamente surgiu uma idéia em sua iluminada e oca cabeça, desencobrir a oca das palhas e fazem alguns rombos nas paredes para os raios de luz entrarem.
Não precisou de muito esforço, apenas puxou uma parte da palha que um pedaço da parede viesse a desabar junto, um pedaço que iluminou bastante o lugar.
Ele retoma a posição original, respira fundo antes de entrar dentro da oca, com a camera em suas mãos e sua respiração presa ele entra dentro da oca, agora dava para ver o porque de tudo estar escuro.
Uma grande cortina cobria a visão de dentro da oca, uma cortina feita de palha, uma cortina manchada de sangue ...
Já imaginava o que tinha por trás daquela cortina, mas para não colocar drama na situação não parou para tirar fotos, foi direto ao grande mistério da oca, puxou a cortina de maneira bruta para a direção esquerda.
Sua pele ficou pálida, seus olhos arregalaram-se, nunca tinha visto nada parecido em seus 15 anos de fotógrafo antes.
Um homem, de aparentemente 40 anos mais ou menos, mutilado em sua frente.
Olhos perfurados com sangue coagulado, pés e mãos amarrotados nos troncos que asseguravam a oca, o tórax todo aberto e debulhado, sem o coração, o estômago estava exposto, seu maxilar estava triturado, havia desenhos ao redor do corpo, e ao redor do corpo havia muito, mas muito sangue misturado com poeira.
Ficou pasmado com aquilo, já tinha visto animais mortos, mas gente nunca, muito menos daquela maneira tão brutal, quem seria capaz de fazer algo tão doentio?
Peter saiu imediatamente da oca, o faltava ar, mesmo tanto distante da oca parecia que o cheiro o perseguia, agora, mais forte.
Com a curiosidade matada Peter não precisou ver as outras ocas, já sabia o que ia ver, se aquela cena já foi o bastante para ele, não sabia o que viria a aparecer.
A respiração já estava voltando ao normal quando ele sem perder tempo foi correndo para o pequeno furioso, puxou a porta tão rápido e impulsionado tanta força que a porta não rangeu.
Pegou o seu Ericson-110 e sua agenda que estavam no porta luvas, procurou na lista de telefones urgentes o numero da polícia de Zimbauta e ligou para eles.
Explicou tudo afobadamente comendo algumas letras e gaguejando, era difícil de acreditar no que acabou de ter vivenciado, consultando seu GPS ele deu as coordenadas de onde estava.
Pouco tempo depois a polícia e companhia já estavam no local, era apenas cinquenta quilômetros de Zimbauta.
Um policial perguntou em inglês a Peter o que havia acontecido.
Peter, agora mais acalmado explicou os fatos, e pediu ao policial um pouco de água, para a sorte dele a equipe de resgate havia trazido 3 litros de água em um de seus 4x4.
Vendo pelos símbolos das 4x4 pode identificar algumas forças, como a da perícia, o anti-terrorista, o brigadiano e a do resgate.
A policia cercou todo o vilarejo com fitas plastificadas amarelas escritas em preto ' Polícia, não ultrapasse'.
Capitão Marduk pegou um pano que carregava em seu palito e o molhou com um pouco de água, colocou o pano em seu nariz e entrou na oca sem as palhas, as máscaras de oxigênio estavam sendo ocupadas por 2 membros da investigação que já estavam dentro na oca.
Bastou entra nesta oca que já imaginou o que veria nas outras, ele é muito convencido, não é atoa que ele é capitão.
- Sacrifícios. - Disse ele.
- Essas tribos zimbautanenses, sempre fazendo rituais e magia negra! - Disse um dos homens mascarados.
- Sacrifícios são diferentes de magia negra David . - Disse uma terceira voz.
- Katerine está certa Dave, são diferentes .
- Ah, qualquer coisa dessas é a mesma coisa, tudo farinha do mesmo saco, coisa do diabo !
- Não mesmo meu amigo, não são todos rituais que se utiliza a prática do sacrifício, muito menos na magia negra, magia negra se usa o sacrifício de animais, e não vejo nenhuma girafa mutilada por aqui.
- Seja la o que for, é bizarro, quem seria capaz de fazer algo parecido a isto ? - Disse David.
- Primeiro de tudo, ambos, rituais e magia negra utilizam sacrifícios de animais e de humanos, e segundo, respondendo a dúvida de David, tribos inimigas, demonstração de poder talvez, brigas territoriais, essas coisas sabe ?
- Mas não há nenhuma tribo por perto, bem, se falamos la fora, o pano não ta mais aguentando.
- Ok - Disse David e Katerine ao mesmo tempo.
Marduk retirou-se da oca, tirou o pano , agora seco de sua face, o capitão Marduk é o responsável pela investigação , ele jamais tinha visto algo similar a este caso em seus vinte e dois anos de carreira, sendo que ele já viu muitas atrocidades, como o massacre na prisão de Zimbauta, acidentes de carros, vitimas de leões, mas tal coisa não tinha comparação alguma, era tão brutal para ser verdade, imaginou ele que estavam lidando com um antigo procurado, um Serial Killer dos anos sessenta que abalou toda Zimbauta na época, o 'Maníaco da Foice', que pendurava as pessoas em guinchos depois abria seus corpos, era a assinatura dele, talvez com o decorrer do tempo ele teria mudado sua assinatura, ou quem sabe o filho dele, mas era exagero demais, por que ele ficaria parado por mais de quarenta anos ?
Ele ficou esperando Katerine e David escorado em uma das viaturas, respondendo as chamadas de rádio enquanto o resto dos homens abriam as outras ocas.
Uma parte da parede da primeira oca foi quebrada por David, para deixa visão boa para a ele tirar fotos e analisar o caso.
Peter foi correndo para a oca tirar fotos, mas três policiais não o deixaram ultrapassar o local cercado pela fita amarela.
A perícia composta por dois tirava fotos da primeira oca, enquanto o grupo anti-terrorista, composta por quatro homens arrombavam a segunda oca, o grupo de resgate composta apenas um pessoa estava sentado na sua viatura a espera de sobreviventes, o grupo de investigação composta dois por estava esperando as fotos da perícia, a falta de mascaras de oxigênio atrasava o andamento do caso, e o grupo de brigadianos compostos por quatro rodeavam o vilarejo para intrusos não chegar, quatorze policiais e um civil no total.
Depois de uns cinco minutos, David e Katerine saem da oca, olhando para as fotos em suas cameras digitais, Marduk não esperou eles virem até ele, acabou a chamada que estava tendo no rádio com a central e foi até os dois.
Peter estava agoniado querendo ver aquilo, mas agora apenas um policial segurava ele, mesmo sendo apenas um era o bastante para o controlá - lo, tinha de dar um jeito de ver detalhadamente aquelas fotos, se descobriram algo novo, estava meio longe, mas não impediu
ele de tirar fotos dos policiais.
- E ai, descobriram algo ? - Perguntou Marduk.
- Sim, descobrimos algumas coisas sim, olhe aqui . Dizia Katerine apontando seu dedo para a camera digital.
- Está vendo isto no teto da oca ? - Disse ela.
- É uma caveira ! - Exclamou David.
- E o que isto significa ? - Peguntou Marduk.
- Tribos zimbautanenses geralmente denominam suas classes por caveiras no teto de cada oca, a oca de um nativo normal é enfeitada por uma caveira sem nenhum enfeite, a oca de um 'Shaman' é enfeitada por uma caveira com penas e sangue de leão, e a oca do chefe da tribo é enfeitada por uma caveira com pedras preciosas, talvez na oca do shaman tenha alguma coisa que diga o que aconteceu. - Disse Katerine.
- O que é exatamente um 'Shaman' ? - Perguntou Marduk.
- É o curandeiro da tribo - Respondeu David.
- Bem, como chefe deste caso, vou mandar os outros se apressarem com a abertura das outras ocas, mais tarde vocês entram em ação, mas antes preciso de um favor seu Dave, chame alguns policiais para revistarem aquele sujeito, ele me parece suspeito.
- Tudo bem Roger !
- Não me chame de Roger novamente ! - Disse Marduk, ou Roger furiosamente.
- Roger Marduk ?
- Marduk apenas ...
- Tudo bem .. .Marduk ...
Obedecendo as ordens de Roger, ou de Marduk , David fez sinal para o policial que estava com Peter vir até ele, o policial obedeceu, mas antes falou para Peter não sair dali, ele balançou a cabeça positivamente.
- Em que posso ajudares ?- Disse um dos policiais.
- Revistem aquele sujeito, procurem bem, veja se ele não está levando alguma jóia, artefato ou alguma coisa suspeita.
O policial foi até o sujeito e o revistou, Peter não hesitou, fico imóvel, já não era a primeira vez que o tinham revistado, imagina ele que os polícias tem um certo fetish secreto de tocar suas mãos pelo seu corpo.
Nada de suspeito o policial encontrou em Peter, tratou de revistar o companheiro dele, o Pequeno Furioso.
Novamente nada de suspeito ele encontrou, apenas confiscou algumas revistas de nudismo que estavam escondidas debaixo do banco passageiro.
Peter olhou com olhar de indignado para o ladrão de revistas, o homem deu uma pequena risada, zombando um pouco de Peter, se ele fizesse algo contra o homem da lei seria desacato a autoridade, então deixou passar suas revistas em branco.
O policia fez um sinal positivo para David, que fez sinal para ele vir até ele, o homem colocou as revistas dobradas em seu grande bolso da calça que pode até caber uma faca de mato e foi falar com David.
- Eu não dou as ordens por aqui, fui mandando por alguém superior para te dar ordens antes de tudo, não achou nada suspeito mesmo ? - Disse David.
- Negativo. - Respondeu o Policial
- E aquelas revistas ?
- Bem, sabe como é né, Pamela Anderson e Julia Roberts ...
- Ah, ah, ah, entendo plenamente, você viu a carteira de identidade dele por menos?
- Positivo, o sujeito se chama Peter Harrison, ele trabalha como fotógrafo no jornal NY times.
- Interessante, um americano a mais nas savanas africanas, Marduk ficara feliz em saber disso.
- Por que ? - Perguntou o policial
- Oras por que ? Porque Marduk assim como eu e Katerine é americano, e todos nós somos patriotas !
- Entendo ... Mais alguma coisa ?
- Não, obrigado, pode ir voltar a fazer o que você estava fazendo, ah mais uma coisa, não estrague as revistas, quero velas depois.
- Ah,ah,ah, tudo bem.


***Desculpa pelos erros de portugues, esse arquivo ja era velho ;/***

Demonio Guardiao

Well, Guilherme Dorneles Lipski aqui, escritor de 'Platonic (site aqui) ' estou escrevendo ao mesmo tempo este livro, 'Demônio Guardião', uma ficção que conta a história de um fotografo que se vê com uma cena nada normal nas savanas africanas, achando la algo misterioso que faz com que ele possa abrir uma porta para o outro mundo, e para a destruição dele.
Postagens sempre que der, acompanhem Platonic também !!!